Voltinha à Feira da Ladra
Ainda em férias, pleno Agosto, terça-feira, feriado, onde ir, que fazer ?
E estava eu nesta cruel indecisão, quando toca o té-lé-lé.
Do outro lado a voz bem conhecida, da minha amiga Cris Leal.
Queres ir dar uma voltinha pela Feira da Ladra ? Vou eu, a Dora, o filho dela e a namorada. Vamos passear, fazer uns cliques, e petiscamos por lá, que achas ?
O meu coração deu um salto. Ver a minha Lisboa, passeio, companhia, animação, cliques, petiscos, em suma: farra! Mas isso nem se pergunta, claro que vou! Ok. 10H00 junto ao Arco de S. Vicente.
Ir à Feira da Ladra é sempre, para mim, um passeio irresistível e se for em muito boa companhia, estamos conversados. Esta feira nasceu no século XIII e passou por vários lugares da cidade (o Castelo, Praça da Alegria, entre outros) até ao ano de 1882, quando se fixou no Campo de Santa Clara, passando a realizar-se nessa zona de S. Vicente, entre o Panteão Nacional (Igreja de Santa Engrácia) e a Igreja de São Vicente de Fora.
Tal como os conhecidos mercados de Londres e Paris (Portobello e Marché aux Puces, por exemplo), esta é a feira de antiguidades e curiosidades mais mítica, famosa e visitada de Lisboa.
Visitar a Feira da Ladra é como “mergulhar" num mar de tesouros apaixonantes. Fico sempre fascinada, porque desde o característico vozear, à habitual azáfama dos feirantes, passando pelos artigos em exposição (há sempre tantas peças que gostava de trazer), tudo é um deleite.
Aqui podemos encontrar uma infinita variedade de artigos à venda e vende-se mesmo tudo e de tudo, quer tenha utilidade ou não. Assim, desde uma pega de porta de frigorífico, ou uma peruca usada, por exemplo, até móveis usados, livros de outras estantes, fatos e gravatas, roupa em segunda, terceira ou quarta mão (nunca se sabe), passando pelos azulejos e outro artesanato, objectos em cortiça, (a cortiça está em alta), alfarrabistas, discos de vinil, telemóveis ultrapassados, máquinas fotográficas, um nunca acabar de objectos únicos e cheios de história. Vale sempre a pena tentar caçar uma jóia, levar um souvenir original ou aproveitar uma pechincha. O segredo é não pagar o primeiro preço que nos pedem. É preciso não ter receio de regatear preços: faz parte do jogo. Regatear é preciso.
Depois, das nossas deambulações e brincadeiras, pela Feira, aproveitámos para passear pelo Campo de Santa Clara (um bom lugar para apreciar a vista, que esta colina oferece), fazer mais uns cliques, aproveitar as sombras, no Jardim Botto Machado e, finalmente, fazer uma pausa para tomar um café, e descansar um pouco. É sempre uma experiência agradável apreciar este lado da minha Lisboa, numa aprazível terça-feira de Agosto, com um sol maravilhoso, na companhia de boas amigas. Deixámos a Feira e fomos à procura de aconchego para os nossos já roncantes estômagos.
Acabámos num simpático restaurante, “O Mestre André”
Bom atendimento, um gostoso repasto, uma deliciosa e fresquinha sangria, muita simpatia e preços acessíveis. Recomendamos vivamente (embora a Cris e a Dorita não me tenham passado procuração, acho que concordam comigo).
Mandy
Calçadinha de Santo Estevão, 6 - Alfama
1100 - 503 LISBOA
Mandy Martins-Pereira escrve de acordo com a ortografia antiga.
Imagens não editadas