REFLEXÃO – Texto para maiores de 70 anos (e para os que vão chegar lá).
Li algures estas dicas e, embora não tenha conseguido encontrar o(a) autor(a), resolvi guardá-las e hoje vou publicá-las, porque as achei muito pertinentes, face à sociedade que actualmente enfrentam os que chegam a esta idade. É uma relação de medidas, para quem já passou dos 70, mas, também, para quem não chegou ainda a essa idade, com ideias para se viver melhor nesta fase das nossas vidas.
A primeira delas: Está na hora de usar o dinheiro (pouco ou muito) que conseguiu economizar. Use-o para si, não para guardá-lo e não para ser desfrutado por aqueles que não tem a menor noção do sacrifício que fez para consegui-lo. Geralmente, são as pessoas que já não estão sequer na família: genros, noras, sobrinhos. Lembre-se que não há nada mais perigoso do que um genro ou uma nora com ideias. Atenção: não é tempo para maravilhosos investimentos, por melhores que possam parecer. Eles só trazem problemas e é hora de ter muita paz e tranquilidade.
- DEIXE de SE PREOCUPAR COM A SITUAÇÃO FINANCEIRA dos filhos e dos netos. Não se sinta culpada por gastar o seu dinheiro consigo mesma. Provavelmente já ofereceu o que lhe foi possível na infância e juventude deles, como uma boa educação, por exemplo. Agora, a responsabilidade é deles.
- JÁ NÃO é o tempo de sustentar qualquer pessoa da sua família. Seja um pouco egoísta, mas não usurária. Tenha uma vida saudável, sem grande esforço físico. Faça ginástica moderada (por exemplo, andar regularmente) e coma bem, não muito, mas bem.
- Compre sempre o melhor e mais bonito. Lembre-se que, neste momento, o objectivo fundamental é o de gastar dinheiro consigo, com os seus gostos e caprichos e do seu parceiro. Após a morte o dinheiro só gera ódio e ressentimento.
- NÃO se angustie com pouca coisa. Na vida tudo passa, sejam os bons momentos para serem lembrados, sejam os maus, que devem ser rapidamente esquecidos.
- Independente da idade, mantenha sempre vivo o amor. Ame o seu parceiro, ame a vida, ame o seu próximo … LEMBRE-SE !! “Um homem nunca é velho enquanto lhe restar a inteligência e o afecto”.
- Seja vaidosa. Vá ao cabeleireiro, faça as unhas, vá ao dermatologista, dentista, e use perfumes e cremes com moderação, porque se hoje em dia já não é bonita, está, pelo menos, bem conservada.
- NÃO SEJA MUITO MODERNA. É triste e doloroso ver pessoas com penteados e roupas feitas para os jovens.
- Mantenha-se SEMPRE actualizada. Leia livros e jornais, ouça rádio, assista a bons programas na televisão, visite a internet, com alguma frequência, envie e responda a “e-mails”, use as redes sociais, mas sem stress ou para criar um vício. Conviva com os amigos.
- Respeite a opinião dos JOVENS. Muitos deles estão melhor preparados para a vida, como nós quando estávamos na idade deles.
- Mesmo que use o termo “no meu tempo”, não se confunda: o seu tempo é agora. Pode lembrar-se do passado, mas com uma saudade moderada e feliz por tê-lo vivido.
- NÃO caia em tentação de viver com filhos ou netos. Apesar de, ocasionalmente, ir alguns dias como hóspede, respeite a privacidade deles, mas, especialmente, a sua.
Se perdeu o seu companheiro e, se sentir necessidade disso, arranje uma pessoa para ir morar consigo e fazer as tarefas domésticas, mas tome esta decisão, somente, quando já não possa mais cuidar de si e sinta que o fim está próximo.
- Pode ser muito divertido conviver com pessoas de sua idade, mas é muito importante que perceba, que não vai funcionar com qualquer uma. Só funciona se se reunir com pessoas positivas e alegres. Nunca com “velhos amargos”.
- Mantenha um hobby. Pode viajar, caminhar, cozinhar, ler, dançar, cuidar de um gato, de um cão, de plantas, jogos cartas, golfe, navegar na Internet, pintura, trabalho voluntário numa ONG, ou coleccionar alguma coisa. Faça o que gosta e o que os seus recursos permitem.
- ACEITE convites. Baptizados, formaturas, aniversários, casamentos, conferências … Visite museus, vá para o campo … o importante é sair de casa por um tempo. Mas não fique chateado se ninguém o convidar. Certamente, quando era jovem também não convidava os seus pais para tudo.
- Fale pouco e ouça mais. A sua vida e o seu passado só a si interessam. Se alguém lhe perguntar sobre esses assuntos, seja breve e tente falar sobre coisas boas e agradáveis. Jamais se lamente de nada. Fale num tom baixo e cortês. Não seja demasiado crítico sobre as situações e aceite as coisas como elas são. Tudo passa. Lembre-se que em breve voltará para a sua casa e para a sua rotina.
- Dores e desconfortos surgirão sempre, mas não os torne mais problemáticos do que aquilo que são. Tente minimizá-los. No final, eles só a si afectam e são os seus problemas e do seu médico. As lamentações nada conseguem.
- Apegue-se à sua religião, mas somente para orar ou rezar não para se tornar uma fanática, porque não conseguirá nada com isso. Se é religiosa, viva-o intensamente, mas sem ostentação.
- Ria-se muito, ria-se de tudo, porque, afinal, é uma sortuda. Teve uma vida, uma vida longa, e a morte será só uma nova etapa, uma etapa incerta, assim como foi incerta toda a sua vida.
- Não faça caso do que dizem a seu respeito e, menos ainda, do que pensam de si. Se alguém lhe disser que agora já não faz nada de importante, não se preocupe. A coisa mais importante já está feita: a “sua” história, boa ou má, é a história da sua vida.
E LEMBRE-SE: “A vida é muito curta para beber um vinho mau”
(Texto adaptado)
Mandy Martins-Pereira escreve de acordp com a antiga ortigrafia.