Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” .
Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes
Mas quem diria ser Outono se tu e eu estávamos lá? (Tínhamos sono…Tanto sono! É bom dormir ao deus-dará…) E sobre o banco do jardim, ante a cidade, o cais e o Tejo, seria bom dormir assim, ao deus-dará, como eu desejo… Mas o teu seio é que não quis: tremeu de mais sob o meu rosto… Seria Outono aquele dia, nesse jardim, doce e tranquilo…? Mas havia todo o teu corpo a desmenti-lo. David Mourão-Ferreira (1927-1996) in Obra Poética Fotografia: Onepieceofheart - Instagram
António Vítor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 – Lisboa, 23 de Setembro de 2013), poeta, tradutor e desenhador português. Faz hoje quatro anos que faleceu António Ramos Rosa. Se fosse vivo completaria, este ano, 93 anos. Não Posso Adiar o AmorNão posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda sob montanhas cinzentas e montanhas cinzentas Não posso adiar este abraço que é uma (...)
Chove. Há silêncio Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva Do que não sabe, o sentimento é cego. Chove. Meu ser (quem sou) renego... Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece... Não paira vento, não há céu que eu sinta. Chove longínqua e indistintamente, C (...)
“Eu já disse, mas vou repetir: não se represa um rio, não se engana a natureza, faça a represa o que quiser, pois o rio cedo ou tarde vai arranjar um jeito de rasgar a terra, abrir um caminho, e voltar a correr em seu leito de origem.” Fernando Pessoa Imagem : MMP